Em um chat no seu Facebook oficial (agendado poucas horas antes) no dia 5 de março, Jean-Michel Jarre anunciou algumas novidades. Em primeiro lugar, Jean-Michel desejou que todos os fãs e seus familiares estejam bem e que não estejam muito deprimidos por causa da pandemia. Ele espera encontrá-los “de verdade” novamente quando tudo isso passar.
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Ele agradeceu a todos que assistiram ao show virtual Welcome to the Other Side e disse que não esperava todo esse sucesso (75 milhões de views, batendo a live do David Guetta). Jarre trabalhou em duas versões de áudio para o concerto: uma em 5.1 e outra em binaural. Ambas as versões também estarão disponíveis para o álbum Amazônia. No dia 17 de março, a rádio FIP vai transmitir o áudio do concerto em som binaural. Jean-Michel trabalhou no áudio do concerto com a ajuda de equipes da Radio France, cuja inovação sonora é uma especialidade. Hervé Dejardin (responsável pelo Pólo de Inovação da Radio France ) e Jarre trabalharam para posicionar os sons no espaço baseado em um método de captura de som adaptado à morfologia da cabeça humana. Esta técnica de gravação garante uma reprodução tridimensional totalmente natural e uma espacialização incomparável com fones de ouvido.
Jean-Michel considera uma boa ideia fazer essas lives no Facebook com mais frequência no momento atual, e está planejando mais algumas para anunciar novos projetos que estão em andamento. A próxima será em 16 de março, para anunciar “algo completamente diferente” e em 7 de abril, o tema será “Amazônia”, o seu novo álbum de estúdio. Uma ou duas datas a mais estão planejadas para junho e/ou julho.
O principal tema da live foi o EōN. Jarre anunciou que uma nova versão já está disponível para o sistema macOS e que uma nova versão para iPhone com novos conteúdos também foi lançada ao mesmo tempo. Jarre se desculpou pelos atrasos, alegando que o motivo foi a pandemia do Covid-19 e que ele não teve absolutamente nenhuma influência nisso. Em contraste com o aplicativo para iPhone e o seu sistema operacional iOS, a versão macOS agora se destina a computadores e laptops da Apple. O mesmo está em desenvolvimento para telefones Android e PCs com Windows, porém, devido à pandemia, a programação está toda atrasada. A versão para macOS deveria ser lançada originalmente em setembro do ano passado e a versão para Android no final do ano.
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Nas suas redes sociais, Jarre escreveu: “EōN – Meu álbum ‘infinito’ agora está disponível no macOS. EōN oferece uma nova relação com a música ‘gravada’, imergindo o ouvinte em uma experiência musical e visual sem fim, como um álbum sem fim. Mais de um ano após seu lançamento no iOS, a versão para desktop é compatível com a última geração do Mac M1 (mas também compatível com MacOS 10.12) e não precisa de conexão com a Internet. A versão do macOS está agora disponível na Mac App Store. Para obter mais informações sobre o EōN, visite jeanmicheljarre.com“.
A diferença entre as duas versões é que o usuário pode experimentar o EōN de maneira completamente diferente no computador, devido a uma série de fatores como uma resolução maior de gráficos e som, imagem de tela inteira em uma tela maior, melhor som, etc. A pessoa fica muito mais “imersa” do que no smartphone. A versão para computador é, portanto, uma espécie de versão deluxe, que também é mais cara que o app para iPhone. Jarre pensa também em outra competição de remix, incluindo não apenas som, mas também elementos visuais quando houver novos conteúdos musicais para o aplicativo.
No site oficial, foram colocadas à venda novas camisetas e moletons com a logo do EōN. A empresa Sandbag, que fabrica as camisetas, também sofre há um ano com o cancelamento dos shows e a impossibilidade de comercialização de merchandising. Portanto, “é bom poder conectar projetos musicais com o mundo real que estamos vivendo atualmente”, disse Jean-Michel.
Quando questionado por um fã mexicano se o EōN também poderia ser usado para Smartwatches, Jean-Michel disse que isso é concebível. No entanto, essa não é a melhor maneira de curtir a música e os gráficos do app, pois a tela e os alto-falantes são muito pequenos. Em 2020, ele tinha planos de incluir EōN nos shows que foram cancelados por causa da pandemia, mas poderá ser concebível no futuro.
Para “Welcome to the Other Side”, ele se questionou se deveria usar músicas completamente novas ou as já existentes. No entanto, com tantos problemas técnicos para resolver, ele decidiu por músicas que já foram usadas em concertos, aproveitando os pontos de controle existentes para efeitos visuais, o que tornou as coisas um pouco mais fáceis. No futuro, é obviamente concebível trazer música completamente nova para os concertos usando o EōN e também combiná-lo com a música existente, mas não há planos de integrar música existente ao EōN. Sons do Fairllight também foram usados no EōN e ele quer fazer o mesmo nas próximas atualizações. A possibilidade de converter EōN em som binaural ou Surround está sendo investigada.
Sobre sua autobiografia, Jean-Michel disse que inicialmente estão previstas versões em inglês, espanhol e alemão, e posteriormente em outras línguas como o russo. A versão em inglês foi originalmente planejada para ser publicada no final do ano passado, mas também neste caso, a pandemia causou atrasos. A tradução em inglês está concluída e ele está muito feliz com isso. Ele escreveu em um estilo especial em francês e ficou um pouco preocupado com a possibilidade de uma perda na tradução. Porém, este não é o caso e a versão em inglês deve ser lançada no final do ano, se a pandemia estiver controlada até lá.
Jarre está discutindo a possibilidade de produzir um sintetizador virtual com a empresa que desenvolveu o EōN e também discutindo possíveis instrumentos de hardware com outras empresas. Mas isso ainda não é concreto.
Electronica 3 ainda tem “um longo caminho a percorrer em sua mente, mas não por agora”. Continua em seus planos.
Jarre também falou sobre o remix que ele fez da música “ID” para o Deathpact (do qual pouco se sabe, exceto que faz música eletrônica). Para ele, foi o primeiro remix real que produziu desde o início da sua carreira. Ele considera o Deathpact algo como os filhos de Daft Punk ou Skrylex. Ele mesmo também não sabe quem está por trás disso e disse que se divertiu muito com o remix. Em 2018, durante a sua turnê pelos EUA, ele ouviu a música de Deathpact pela primeira vez. É parcialmente diferente do que ele faz, então foi um desafio. Mas fica feliz com todo artista que tenta seguir os caminhos trilhados e formatados nos dias de hoje.
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Questionado sobre a diferença entre o binaural e o 5.1, Jean-Michel disse que o binaural permite uma melhor imersão na música com fones de ouvido, e no 5.1, são necessários vários alto-falantes distribuídos pela sala. A versão binaural de “Amazônia” ficou espetacular e foi produzido em um estúdio da rádio pública francesa.
Sobre a remasterização de seus álbuns antigos, Jarre disse que não ficou feliz com todas as remasterizações que foram feitas ao longo do tempo. Mas se a tecnologia evoluir ainda mais, como aconteceu por exemplo com o aparecimento dos CDs, isso é necessário mesmo que a música não tenha sido originalmente pensada para ela. Então, combinar o melhor dos dois mundos nem sempre dá certo.
Por fim, Jean-Michel desejou aos fãs tudo de bom e que se mantenham saudáveis.
O próximo chat está programado para o dia 16 de março.
VÍDEO COM O CHAT COMPLETO:
Fonte: Jean-Michel Jarre
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