Pouco mais de um ano após perder seu pai, o compositor Maurice Jarre (1924-2009), Jean Michel Jarre teve outra perda lamentável. Sua mãe, France Pejot (também conhecida como Francette), faleceu aos 96 anos de idade, no último dia 21 de abril. A notícia só foi comunicada para a imprensa no dia 24, pelo próprio Jean Michel Jarre, seu único filho,
Nascida em 17 de outubro de 1914, a Sra. Pejot, é considerada heroína na França, pois fez parte da Resistência Francesa na cidade de Lyon, durante a ocupação nazista na II Guerra Mundial, a partir de 1941. Ela e sua irmã faziam parte da rede de comunicação na cidade, que mantinha franco-atiradores que alvejavam soldados nazistas. Ela chegou a ser presa três vezes pelos soldados alemães, conseguiu escapar em duas ocasiões, na terceira, foi enviada em 1944, a um terrível campo de concentração, em Ravensbrück, Alemanha. Ficou lá até a libertação pelas tropas aliadas em abril de 1945. Como recompensa pela sua coragem demonstrada durante seu período na Resistência Francesa, foi condecorada por bravura pelo General Charles de Gaulle (comandante da Resistência no exílio e futuro Presidente da França), que enviou uma comanda por intermédio de um pára-quedista que veio de Londres. Após a II Guerra, também recebeu a Medalha Légion d’honneur (Legião de Honra) com palmas.
Com o fim da II Guerra Mundial, France Pejot conheceu o jovem maestro francês Maurice Jarre, com quem se casou pouco tempo depois. Em 1948, o casal teve um filho, Jean-Michel André Jarre. Mas a felicidade do casal durou pouco, apenas cinco anos, pois Maurice, acabou abandonando a família para reger trilhas sonoras em Hollywood (EUA), conseguindo manter uma carreira sólida por quase toda a vida e onde ganhou vários prêmios internacionais, incluindo o Oscar em três ocasiões. Após o divórcio, sem o marido e com um filho pequeno para criar, a vida da Sra. Pejot foi uma verdadeira luta. Ela acabou se fixando em Vanves, perto de Paris, onde passou a costurar para fora, o que a ajudava a se manter, junto com uma pensão do Governo Francês por ter sido parte da resistência na guerra. Apesar da vida difícil, a Sra.Pejot, sempre incentivou seu filho na música levando ele ainda criança, em clubes de Jazz em Paris. O menino cresceu e virou ídolo das multidões.
Sempre que podia, fazia questão de ir aos concertos do filho. Esteve presente em Lyon, no concerto da turnê 2010, no último dia 24 de março, no Halle Tony Garnier. Talvez sua última aparição pública. A Sra.Pejot, estava internada desde a semana passada, em um hospital no sul da França, com problemas respiratórios, onde veio a falecer. Ela será cremada no dia 28 de abril no crematório de “Père Lachaise”, em Paris na presença de familiares e amigos.
O JARREFAN-BRAZIL envia suas sinceras condolências à família Jarre, pela lamentável perda. Descanse em Paz!
Fonte: Agências Internacionais
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