No capítulo 26 de sua autobiografia “Mélancolique Rodéo”, Jean-Michel Jarre revela algumas conversas que ele teve com o oceanógrafo francês Jacques-Yves Cousteau (1910-1997). Em um desses encontros, inspirado nas imagens dos pinguins no videoclip de Oxygene 4, Cousteau propôs a Jarre, um concerto na Antártica. Um concerto filmado sem público e que seria conhecido como Concerto para Pinguins. Arnaud de La Villesbrunne (membro da equipe do Jarre) chegou a ir até lá. Mas era muito complicado para a organização e o projeto acabou não acontecendo.
Então, o “Comandante Cousteau” (como é conhecido na França), teve outra ideia: um concerto no dossel da floresta amazônica para alertar sobre os perigos do desmatamento. A ideia era cobrir as copas das árvores com uma enorme rede e depois colocar instrumentos leves sobre elas. Um concerto para os pássaros. Mas, por um motivo qualquer, o projeto não foi adiante.
Finalizando o capítulo, Jarre comenta: “ Até o momento, ainda não toquei no Brasil. Meio que mordaça. Vários projetos em terra firme falharam no Rio, São Paulo ou em outros lugares. Alguns deles foram anunciados quando nem tínhamos conhecimento. Mas eu não me desespero.”
Em 29 de dezembro de 1991, o jornal “O Globo” publicou na coluna “Swann” do jornalista Ricardo Boechat (1952-2019) uma nota sobre esse concerto do Jarre na Amazônia. Segundo Boechat, Jarre revelou o projeto para “um amigo brasileiro” e só estava faltando conseguir um patrocínio. O concerto seria realizado em 1992 com transmissão ao vivo para todo o mundo.
Fontes: Autobiografia “Mélancolique Rodéo” / Arquivos do jornal “O Globo”
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