FRANCE PEJOT AGORA É NOME DE UMA VIA PÚBLICA PARA PEDESTRES E CICLISTAS EM LYON

A heroína da Resistência Francesa France Pejot, mãe do músico francês Jean-Michel Jarre, foi homenageada em Lyon, sua cidade natal, com o nome de uma passagem localizada na estação ferroviária de “Lyon-Perrache”, no 2e arrondissement, após uma completa revitalização.

No final da manhã do dia 12 de julho, a placa com o nome da lutadora da Resistência, que morreu em 2010 aos 95 anos, finalmente foi revelada, na presença de Jarre, de sua neta Emilie Jarre, do prefeito Grégory Doucet, e do Presidente da Metrópole Bruno Bernard. “Estou super feliz com tudo isso”, explicou Jarre ao saber da vontade da cidade de Lyon em 2018. “É uma sensação engraçada, mas é extremamente comovente imaginar que as pessoas vão viver e amar em uma rua que leva o nome da minha mãe. Ao mesmo tempo, entre meu pai, minha mãe e eu, ela é a menos conhecida e é ela que terá seu nome em uma rua da nossa cidade. É comovente.”

O plano inicial era renomear uma rua de Lyon com o nome de France Pejot, mas optaram por uma passagem. Jean-Michel Jarre, visivelmente comovido, explicou que “é um transportador de valores e de convicções de como não confundir nazistas e alemães. Minha mãe também usou passagens de Lyon durante a guerra. É uma passagem que celebra as mulheres da Resistência que foram deixadas nas sombras e que agora estão na luz, na cidade da luz”. Uma posição compartilhada pelo prefeito Grégory Doucet, que queria “mostrar até que ponto as mulheres foram capazes de contar uma grande história, em particular na história da Resistência”.

A passagem France Pejot deve, segundo o prefeito, “permitir conectar dois territórios que foram separados, para criar um vínculo em toda a cidade. Jean-Michel Jarre até compara a estação Perrache com uma espécie de muro de Berlim em suas memórias de infância.”

France Pejot, conhecida como “Francette”, juntou-se ao movimento de resistência Franc-Tireur em 1942 na sua cidade natal. Presa em outubro daquele ano, ela ficou detida por cinco meses na prisão Saint-Joseph. Escapando ligeiramente da milícia após sua libertação, ela foi para Paris, onde foi presa em junho de 1944. Deportada no último comboio para Ravensbrück em agosto, conseguiu escapar em abril de 1945, e retornar a Paris viajando no teto de um vagão de trem.

A passagem que agora leva seu nome, permite que pedestres e ciclistas passem por baixo da barreira formada pela autoestrada A7, e dos trilhos da estação Perrache, que corta o centro da cidade do novo bairro de la Confluence. Parte dessa via de 300 metros de comprimento agora é feita ao ar livre. A obra custou 18,5 milhões de euros, sendo que metade desta quantia, foram usadas para a demolição das estruturas que ali existiam.

Presidente da Grande Metrópole de Lyon, Bruno Bernard discursando. Ao fundo, do lado esquerdo, Jarre e Emilie, e do lado direito, o prefeito Grégory Doucet
Prefeito Grégory Doucet discursando
Prefeito Grégory Doucet, Emilie Jarre, Jean-Michel Jarre e o Presidente da Metrópole de Lyon, Bruno Bernard
Jarre segurando a placa da Passagem France Pejot em companhia de Bruno Bernard

Jarre compartilhou a homenagem em suas redes sociais: “Hoje é um dia muito especial para mim. A cidade de Lyon deu o nome de minha mãe France Pejot, uma grande lutadora da Resistência, a uma passagem que une dois bairros da cidade.”

Galeria de fotos © Pascal Fayolle/Bestimage (clique em cima das imagens para ampliar):

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Fontes: Le Progres|BFMTV|News.in-24|Purepeople|Grégory Doucet|Bruno Bernard|Samy Akrour|MLebreton69|Lyon Mag|Grégoire Dubois

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