25 ANOS DE “DESTINATION DOCKLANDS” – O CONCERTO DE LONDRES

Há 25 anos atrás, nos dias 08 e 09 de outubro de 1988, Jean Michel Jarre superou todas as expectativas no palco do concerto “Destination Docklands” – dois shows de luzes, lasers, fogos de artifício e música eletrônica que ocorreram nas docas abandonadas da Royal Victoria Dock do leste de Londres.

Palco flutuante do concerto, desenhado pela equipe de Mark Fisher

A verdade é que os concertos quase não aconteceram. Depois de meses de luta contra a burocracia do conselho municipal londrino e as preocupações satisfatórias sobre a segurança do lugar, a equipe de Jarre foi confrontada com outro pesadelo nos dias do show: o “excelente” clima britânico. A força dos ventos categoria 7 vindo do oeste uivando e dificultado os preparativos para o primeiro concerto, na manhã de 08 de outubro – um dia que acabou por ser o dia mais chuvoso de 1988. Quase uma polegada de chuva encharcando as arquibancadas e área da doca – mas a água era a menor das preocupações para as equipes de produção …

Jarre descreveu o concerto “Destination Docklands” como ‘um Apocalipse Now na chuva’

O palco flutuante, um gigantesco ‘navio de guerra’ de 30 m por 40 m construído em cima de 16 barcaças enormes de aço rebocadas para baixo a partir do norte da Inglaterra especialmente para o evento, deveria se deslocar de uma extremidade a outra da Royal Victoria Docks. Mas com 400 toneladas de material a bordo, pensou ser mais seguro deixá-lo trancado em seu ancoradouro – deixando seções inteiras para as multidões nas arquibancadas temporárias perguntando onde o francês estava girando os botões. Não que isso importasse.

Harpa Laser no meio da tempestade

O ‘Son et lumieres’ outdoor de Jarre sempre foram espetáculos como um todo, com holofotes, lasers e fogos de artifício explodindo ao mesmo tempo que a música. Tal como aconteceu com a quebra de recorde no show de Houston dois anos antes, projeções gigantes de slides pintados à mão pela Panni foram projetados em edifícios como o recém-pintado edifício Spillers Millennium Mill (usado como moinho na época que as docas eram usadas).

O vento constante e a chuva intermitente adicionaram ao drama do show que levou o espectador da Revolução Industrial, através da Swingin ‘Sixties até a década de 1990. Jarre foi acompanhado no palco por Hank Marvin do The Shadows para “London Kid” e “Rendezvous IV”. Mireille Pombo e um coro de Mali também se juntaram ao palco com Jarre para “September”, uma peça dedicada a Dulcie September, uma ativista política antiapartheid Sul-africana, que fora assassinada em Paris, França, em março daquele ano.

Hank Marvin do The Shadows dando uma palhinha junto com o Jarre

Os concertos foram assistidos por 200 mil pessoas na zona da Royal Docks e outros milhares a mais nas ruas circundantes e parques.

Princesa Diana, mecena e amiga pessoal de J.M.Jarre, na área VIP
Um dos slides das projeções do concerto, imagem da Princesa Diana, pintadas a mão pela PANINI

As docas londrinas “Royal Docks” têm percorrido um longo caminho desde o concerto a 25 anos atrás. Onde a multidão se juntou para ver o show hoje abriga o excelente centro de exposições Excel (usado nas Olimpíadas de Londres/2012). O jovem aeroporto London City, ao lado das docas,tornou-se um dos hubs aéreos europeu conveniente. Os pequenos aviões STOL com destino a Edimburgo e Rotterdam foram unidos por jatos executivos – apesar de promessa inicial do aeroporto de abster-se de usar jatos.

O moderno Excel(que já foi centro olímpico), que hoje ocupada o lugar da arquibancada do concerto de 1988

Um teleférico agora pode levá-lo através do Tamisa e Boris Johnson tem grandes idéias para transformar as adjacentes do Royal Albert em um novo centro de tecnologia para a China.

Trecho do Making of do concerto

Texto original: http://wansteadmeteo.wordpress.com/2013/10/04/25-years-ago-jean-michel-jarres-destination-docklands/

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Marcos Paulo
Fã Clube criado em 1997 nos primórdios da internet no Brasil. Buscamos sempre a realização de ao menos uma apresentação do Maestro Jean Michel Jarre em nosso país.