Segundo Jean Michel Jarre, que no passado chegou a ser porta voz dos músicos europeus (1998-2000) através de seu trabalho na IFPI (que inclui os produtores fonográficos globalmente), onde então, conduziu o debate sobre direitos autorais musicais em relação à Internet e as novas mídias no Parlamento Europeu, já é hora de “molhar a camisa” novamente.
No dia 27/01 ultimo, ele resolveu “dar uma mão” ao SACEM (Sociedade dos compositores e músicos franceses) e também segundo ele, a pedido das autoridades chinesas (República Popular da China e Taiwan) , que querem construir um coleção de modelos e distribuição de direitos autorais em um cenário desprovido de quaisquer regras. “80% da música ouvida na China é produzido em Taiwan” , diz ele.
“Não são bundas sentadas em uma cadeira no terraço do “Café de Flore” que as coisas vão mudar. A vontade de reforma das autoridades chinesas é consolidar um relacionamento real com o Ocidente.”, Jarre explica.
O francês, segundo ele, deve ter orgulhoso de ter inventado o copyright com Beaumarchais “e não é porque é datado do século XVIII que isto seja brega. Devemos acabar com essas idéias pré-concebidas. Sou consistente. Historicamente, tenho defendido a idéia de propriedade intelectual, contra a visão dos Estados Unidos. Acredito que, ao contrário dos norte-americanos, o artista que cria música é o dono de seus direitos, e não quem paga, como quer o sistema de direitos de autor anglo-saxão.”
“Jean-Michel Jarre brinca com volumes de negócios do “Mickey”:” – Percebendo que sua herança está ameaçada pelo fim do prazo dos direitos autorais, a Disney vem fazendo reivindicações de direitos de propriedade intelectual. Temos de colocar os direitos autorais no centro de atividades musicais. Vamos atrás de desenvolver um intenso lobby nos Estados Unidos e na Comissão Europeia para fazer isso de forma correta. Devemos reagir com urgência. “
Segundo Jarre, os músicos não são ricos e acrescenta. “A receitas dos 200 maiores receptores do SACEM não atingir a de um jogador de futebol . Mas isto sempre foi a idéia de “magnatas de charutos”, com especulação na indústria que gerou o sonho irracional dos músicos”.
“Hoje em dia , muitos artistas não podem mais sobreviver. Houve uma transferência do objeto. Antes nos amávamos tocar um disco, agora você ama seu smartphone Um iphone que vale 500 euros , sem seu conteúdo privado, não vale mais que 50 ou mais. Um importadores de hardware, que nem mesmo fabricam o hardware, fazem muito mais dinheiro nas costas dos criadores e relutam a passar qualquer décimos de euros aos autores, é uma vergonha!” , comenta Jean-Michel Jarre, referindo-se ao litígio causado por fabricantes equipamentos que se recusam a pagar o imposto sobre a cópia privada.
“É urgente respeitar os direitos dos criadores, e parar essas campanhas ultrajantes que querem passar que a propriedade intelectual é cafona ou ultrapassada. Aqueles que fazem isso são neo-reacionários .”
“A França é um país ligado ao texto, literatura, cinema. Ela sempre teve um problema com a música. Políticas e instituições francesas não consideram a música como arte. Para fazer isso, devemos falar como uma voz, encontrar o nosso orgulho nacional, incluindo a de ter de criar uma propriedade intelectual. ” Jean-Michel Jarre chama atenção para a educação artística nas escolas.
Obrigado na ajuda de tradução: Dlaivison Ribamares.
Views: 16