PREPARAÇÃO
Pela primeira vez na história do fã-clube brasileiro, Jarrefan Brazil (JB), dois de seus membros fundadores (Sr. Dlaivison Ribamares e Sr. Ricardo Melo), estiveram presentes em um show do artista. O planejamento da viagem foi decidido poucos dias após o anúncio oficial do lançamento do novo concerto outdoor de Jean Michel Jarre. Durante as reuniões que se seguiram, dois meses antes do evento, foi decidido não apenas assistir pessoalmente o show, mas acompanhar todo o processo de montagem e ensaios, manter contatos com fãs de diferentes partes do mundo e tentar contatos com membros da equipe do artista. Isso levou a um novo desejo dos envolvidos durante o planejamento: por que não homenagear o ídolo durante esta viagem? Decisão muito difícil, pois não dependia apenas do desejo dos membros da equipe JB, mas também do próprio artista, o que levou a uma grande jornada até a coroação final: a homenagem do Brasil a Jean Michel Jarre, que será informada em uma futura matéria neste site.
ENSAIOS E PRIMEIROS CONTATOS (30/06)
Os membros do JB chegaram em dias diferentes e em hotéis e lugares diferentes. Mas, pelo planejamento, o ponto de encontro passou a ser em um hotel de Mônaco perto do porto, onde estava hospedada a família de Arthur Gradim, um dos associados JB.
No dia 30 de Julho, quinta-feira, após o encontro da equipe JB em Mônaco, todos seguiram para o Port Hercule, para acompanhar parte da montagem e os ensaios. A equipe se encontrou pessoalmente com membros de vários fã-clubes europeus como o “Aerozone” e “Radio Equinoxe” da França, fãs da Alemanha (Jarrelook), Dinamarca (Magnetic Fields), Espanha (Fairlight Jarre), Noruega, Reino Unido e Países Baixos. Todos os membros brasileiros foram muito bem recebido pelos fãs europeus, que mostraram grande surpresa e entusiasmos pela presença do Brasil no concerto.
Pouco antes dos ensaios, o engenheiro de som dos estúdios de Jarre, Patrick Pelamourges, veio até os fãs e conversou com os membros brasileiros. Ele ficou muito feliz pelo Brasil estar bem representado. Outro grande contato foi com o músico Francis Rimbert, veterano da La Tribu, que se mostrou bastante surpreso e contente com a presença brasileira. Por fim, a assistente pessoal de Jean Michel Jarre, Fiona Commins, veio pessoalmente cumprimentar a equipe do Jarrefan Brasil, recebendo os brasileiros em português para a surpresa geral: “Olá! Como vão vocês? Tudo bem?”.
Sob um calor muito forte, Jarre apareceu no palco, mas infelizmente o Jarrefan Brazil não teve acesso direto ao artista, que estava bastante ocupado. Todos os fãs ficaram em uma grade, protegida por seguranças, a 50 metros de distância do músico. Durante os ensaios, pudemos acompanhar por volta de 16 músicas tocadas, com Jarre fazendo improvisos e, às vezes, atuando nos ensaios, como se tivesse tocando num concerto ao vivo, correndo de um lado para outro, pulando e até acenando para os fãs. Em determinado momento, ele subiu em cima de uma das torres para executar Industrial Revolutions 3. A maioria das faixas que foram tocadas nos ensaios, não foram tocadas de forma completa e muitas foram tocadas mais de uma vez. A harpa laser não foi testada.
Nos ensaios, Jarre foi apresentado pela primeira vez ao drone “Hugo”, na qual ele gostou bastante. Os ensaios terminaram por volta das 19:00. A equipe JB deixou o local. Não vimos o ensaio de luzes e som, que foi realizado bem mais tarde, e gravado pela Euronews.
Ao redor do Port Hercule, equipes da Euronews posicionavam câmeras, no alto dos edifícios, nas laterais e em frente ao palco. Atrás do palco, foram posicionados os já tradicionais canhões de luzes (skytrackers) e as balsas com os fogos de artifício.
CONCERTO (01/07)
Os membros do JF ficaram espalhados pelo Porto. A maioria se concentrou atrás da piscina pública, a 180 metros do palco. Outros ficaram mais à frente na lateral, na Brasserie de Mônaco. Quem estava atrás das piscinas e na grade, teve um bom ângulo de visão, apesar da distância até o palco (mais de 180 metros). Dava para ver em volta, quase todo o Port Hercule, e também a parte de trás onde se localizam os prédios, que serviram de fachada para as projeções. Um verdadeiro espetáculo visual.
Durante os 30 minutos antes do início do show, as caixas de som tocaram uma versão remix de “Waiting for Cousteau”, que já deixava a plateia atenta do que viria a seguir. O concerto começou às 22:05, quando todas as luzes do Porto Hércules se apagaram e uma contagem regressiva a partir do número 10, começou a ser exibida nas torres do palco.
O show teve um ritmo próprio, diferente do setlist que o músico vem fazendo em sua atual turnê. Algumas músicas ganharam novas versões. Chronologie 4, que não é tocada há mais de 10 anos, trouxe lembranças da Europe in Concert de 1993. Jarre não usou nenhuma orquestra, mas deu uma roupagem mais rock para as músicas, pois segundo ele, os Príncipes de Mônaco são pessoas jovens. O show foi muito além do que Jarre vem fazendo na última década. As torres de LED trouxeram uma inovação inédita em seus shows. As luzes e laser fizeram um espetáculo à parte, e é claro, que podemos destacar a queima de fogos de artifício de diferentes tons e cores que impressionou bastante os espectadores do concerto.
Um ponto negativo foi a harpa laser, que apresentou falhas durante Rendez-Vous 3 e uma desconfiguração no início de Rendez-Vous 2, o que deixou o próprio Jarre um pouco nervoso a ponto de olhar para trás e gritar alguma coisa para a produção. Resolvido o problema, o artista conseguiu fazer milagres com ela.
Jarre conseguiu o que prometeu: transformar o porto de Mônaco, em um cenário do filme “Tron – O Legado”. A presença do casal real no palco foi um acontecimento à parte. SAS Albert II e sua noiva Charlene Wittstock, agradeceram a presença de todos. Jarre tocou até uma marcha nupcial (“Lohengrin” de Richard Wagner) para homenagear a festa de casamento do Príncipe, e pela primeira vez, tocou uma música do álbum “Téo & Téa” (que a maioria dos fãs não gostam), com a faixa Vintage…que levantou o público e a família real!
Outro momento emocionante foi Calypso 3, na qual Jarre pediu a todos para levantarem seus celulares, fazendo um efeito fantástico com a platéia. Rendez-Vous 4, veio coroar a noite. Jarre preparou nova surpresa para os membros da família real de Mônaco, onde ao mesmo tempo, vários navios do porto soaram seus apitos, dando boas vindas ao casal real. Jarre tocou Vintage novamente no bis e novos apitos dos navios encerraram a noite inesquecível.
Ao final, com o show encerrado, o céu de Mônaco ainda continuava colorido com as luzes e com Waiting for Cousteau ao fundo, enquanto as pessoas iam deixando o recinto totalmente felizes. Para os membros do JB, a volta à Nice de trem (lotado, parecendo o Metrô de São Paulo em horário de pico) e o retorno ao hotel, representou também o fim de uma grande jornada alcançada e coroada pelo sucesso total.
Obrigado Jarre ! Merci !!!
A equipe Jarrefan Brazil agradece as manifestações de apoio à nossa viagem.
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